sexta-feira, 18 de março de 2016

O URUNKÓ

Uma das características mais marcantes do Candomblé, é ser uma religião INICIÁTICA, fazendo com que seus adeptos em determinado momento de suas vidas, possam vir a se integrar de fato ao culto dos Deuses negros mediante a iniciação.

A iniciação é composta por diversos rituais, como por exemplo, labé (raspagem do couro cabeludo) gberés (incisões rituais feitas superficialmente na pele), efun (pinturas tribais feitas pelo corpo com o efun, espécie de giz de origem mineral), além dos rituais de sacrifício expiatório, ebós, bori, panán, etc. Esses rituais, mesmo com a nomenclatura variada devido à língua utilizada, são praticamente unânimes em todas as nações, seja Ketu, Fon, Angola.

Um dos rituais pertencente à iniciação que envolve diretamente a cerimônia pública do Candomblé (conhecida como saídas de santo ou saída de yaô) é o anúncio do Orunkó do iniciado.

Todo neófito no culto aos Orixás recebe um nome pelo qual será reconhecido pelos deuses, pelo divino, e por todos os outros membros do seu egbé (comunidade religiosa). O Orunkó do iniciado é sempre anunciado em público no dia do Candomblé por uma divindade. Se estivermos falando de pessoas não rodantes, ou seja, que não passam por transe possessório da divindade, como Oloyés e Ajoyés, o Orixá manifestado em outro iniciado vem em público de braços dados com o filho para anunciar seu nome. Se a pessoa for rodante – yaô propriamente dito – ela vem em público no momento oportuno dentro da cerimônia tomada em transe por seu Orixá, que de braços dados com o padrinho/madrinha de Orunkó, responde em tom alto, quando pedido,  para que todos ouçam o nome deu seu filho.

Normalmente, o padrinho/madrinha de Orunkó é escolhido pelo Babalorisá dentre os integrantes do egbé, ou em alguns casos, pessoas com grau avançado dentro da religião, zeladores de Orixá que estão ali para participar da cerimônia religiosa. É considerada uma grande honra e prestígio ser oferecido pelo Babalorisá a oportunidade de “tirar o Orunkó” de um de seus iniciados.

O Orunkó é sempre um tema muito polêmico entre os adeptos da religião. Ao seu redor encontra-se um grande mistério, pois muitos acreditam em sua profunda ligação com o plano superior, outros, apenas o consideram como “protocolo”dentro da iniciação. Há também os que acreditam que o Orunkó é, na verdade, o nome do Orixá  – passo a explicar adiante – sendo que o nome do filho seria o OMORUNKÓ.

Em algumas linhagens de axé, o Orunkó deve ser apurado pelo sacerdote, reunindo informações diversas de acontecimentos durante o período de recolhimento, como sonhos do filho, dos irmãos de esteira, intuições, tudo isso acompanhado do conhecimento do zelador da língua Yorubá (para o caso dos filhos da nação de Ketu) e supervisionado pelo jogo de búzios.

Em outras, o Orunkó deve ser trazido pela própria divindade quando manifestada em seu filho. Acredita-se que o Orixá se utilizará da capacidade de pronuncia do filho e gritará o nome do iniciado, sem que este tenha sido apurado em jogo antes. Apenas para constar, pessoalmente eu acredito que a melhor maneira do Orixá conversar com o sacerdote é através do Oráculo, e não manifestado no filho, pois assim elimina qualquer possibilidade de influencia racional daquele que está supostamente em transe.

Normalmente o nome do iniciado contém conjunções, abreviações, corruptelas e combinações de palavras na linguagem pertencente à nação do iniciado, que fazem menção à personalidade, história ou característica do filho em conjunto com a divindade que o rege.

Certamente o nome que é gritado no salão de candomblé no dia da saída, é o nome DO INICIADO, e não do Orixá. Ora, cada Orixá já possui o seu nome: Xangô, se chama Xangô. Oxum, não se chama por exemplo, omirere (àgua boa), e sim, Oxum, simplesmente. Não haveria sentindo acreditar que o Orunkó pertence ao Orixá, assim como não ha sentindo acreditar que quem nasce durante a feitura é o Orixá. Pensar dessa forma, é certamente subestimar a divindade, ou mesmo ter a pretensão de imaginar quem um ser humano pode subdividir e manipular livremente a energia do Deus, fazendo-o “nascer” – e fazendo o morrer quando despachado aqueles objetos – à qualquer momento.

Na iniciação, quem nasce é o FILHO, e não o PAI (divindade). Quem possui Orunkó – ou dijina para os bantus – é o filho, e não o Deus.O que é certo é que, o Orunkó é algo extremamente intimo e pessoal, que diz respeito somente ao filho e ao Orixá, e claro, ao sacerdote que intermediou essa relação. Por ser íntimo, é sim talvez uma falta de educação perguntar à algum iniciado o seu Orunkó. Se é da vontade dele que você saiba, ele lhe falará quando achar necessário. Contudo, não é algo proibido muito menos perigoso ter seu Orunkó revelado, mesmo porque, não se pode recriminar alguém por lhe chamar de outro nome que não o seu, se você ainda não se apresentou, correto? Não há empecilho algum você ser conhecido dentro de seu egbé por seu Orunkó, e o mesmo ser pronunciado por seus irmãos. Partimos do princípio que todos alí são providos e mantidos pela mesma energia, a energia do Orixá, e não devemos esperar nem pressupor a maldade alheia, ainda mais, de um irmão.

Aqueles que praticam a maldade irão fazer isso com o seu Orunkó, ou mesmo com seu nome de batismo cristão, ou seu nome civil. Temos que acreditar que lidamos com uma energia inteligente chamada Orixá, e crermos que o Deus não irá abandonar ou deixar de proteger seu filho contra a maldade alheia, apenas por o mau-feitor estar de conhecimento do nome de iniciado de seu filho. Aquele que quiser prejudicar alguém, não se dará por impedido apenas por não saber que o yao João Paulo se chama Obabunmi, ou que a egbom Martha Dias se chama Omialawure.

Grandes sacerdotes hoje são conhecidos apenas por seus Orunkós, e normalmente suas casas levam os seus nomes de iniciado, sendo que muitos poucos os conhecem por seu nome civil. Cá entre nós, esses sacerdotes estão vivos e gozando de plena saúde, mesmo com seu famoso Orunkó sendo conhecido por todos.

Citamos aqui alguns Orunkós de pessoas de grande reconhecimento dentro da religião:

Íyàmagbó-Olódùmarè – Iya Nassô – Terreiro da Barroquinha (casa matriz)

Oba biyi – Mãe Aninha – Ilê Axé Opo Afonjá

Odé Kayodé – Mãe Stela – Ilê Axé Opo Afonjá

Iya Omindarewa – Mãe Gisele Cossard – Ilê Axé Atara Magbá.

Portanto, nos apresentemos!

prazer: Ejiokomejile

sexta-feira, 11 de março de 2016

O SIGNIFICADO DO KELÊ







O Kelê

         Ele é o símbolo da ligação e aliança com o orixá do yaô.           Suas contas e firmas tem todo um grande significado de tal forma que sem ele não se faz um yaô, esse significado não fica apenas no encanto a ele direcionado, toda a sua estrutura tem um amplo significado, que geralmente são, 21 contas em cada fio, que são referentes aos 21 dias que o yaô o carregará no pescoço em atitude de reverência a seu orixá (o yaô fica proibido de andar ereto  por este motivo). entre uma firma e outra são postos 7 fios que fazem simbologia aos 7 anos que o yaô estará em estado de aprendizagem constante diante de seu orixá para se tornar finalmente um ebomi.      O Kelê, também protege e acompanha o resguardo desse yaô e, caso ele arrebente, (oque é gravíssimo), ou algum fio ou estourar (arrebentar), pode ser porque o filho quebrou alguma ewó (Kizila de seu orixá ou da casa) ou alguma energia muito ruim o visitou e da qual o yaô foi protegido por seu Kelê, como a maioria das casas são todas protegidas por seus assentamentos e firmezas pré-supõe-se que tenha sido pelo primeiro caso mas, nada impede o zelador de ir a mesa de jogo e ver o que houve ao certo para evitar novas quebras ou visitas indesejadas.

ORIXÁ ONILÉ

 Fonte: Ilê Asé Ijiobá Odé

Onilé é um Orixá que representa a base de toda a vida, a Terra-Mãe, tanto na vida como na morte, Se caracteriza por ser o princípio e representação coletiva dos eleguns e Egunguns. É o primeiro a receber as oferendas e a ser evocado nos ritos dos sacrifícios. Quase todo terreiro possui o acentamento de Onilé, um deles pode ser observado no centro dos Barracões (candomblé), denominado como o "Fundamento da casa" ou simplesmente "O Axé da casa", onde todos sabiamente reverenciam este local. Também chamado pelo "Povo de santo" de Oluaye, Aiyê, Ilê e Sakpatá.
   Em algumas tradições, Onilé "é uma divindade feminina",  representa a Mãe Terra. (onde "ela" acolhe todos os nossos ancestrais),  nos Egungun.

Conta-se que quando Olorum reuniu os orixás para dividir o poder sobre a criação entre eles, uma de suas filhas, Onilé, escondeu-se sob a terra. E acabou ganhando por este motivo poder e autoridade sobre ela. A primeira parte de todos os sacrifícios de (Ejé) sangue é sempre derramada sobre a terra, independente de para qual entidade ou divindade seja o sacrifício, este gesto é uma forma de lembrar e reconhecer o poder de Onilé. Tudo vem da terra e a ela retorna.



MOJUBÁ


 ‪Assentamento de ONILÉ do Ilé Asé Ijiobá Odé‬


quinta-feira, 10 de março de 2016

EBÓ PARA DESFAZER CHOQUES DE ODÚS (QUALQUER ODÚ)





Material:

- Uma muda de roupa velha da pessoa
- Doze punhados de arroz com casca
- Um quilo de balas de coco
- Um quilo de cada legume (12 variados)
- Doze acaças brancos
- Doze acaças vermelhos
- Doze ovos brancos
- Doze ovos vermelhos
- Doze velas brancas
- Doze moedas correntes
- Doze víntens antigos
- Doze punhados de canjica cozida
- Doze punhados de alpiste cozido
- Doze punhados de guando
- Doze acarajés
- Doze abarás
- Doze ekurus para Yansã
- Doze palmos de morim branco
- Doze palmos de morim vermelho
- Doze palmos de morim amarelo
- Doze rosas brancas
- Doze rosas vermelhas
- Doze bolinhos de farinha de mandioca
- Doze cigarros
- Um pombo branco (macho)
- Uma galo branco (novo)
- Doze pratos brancos (para quebrar)
- Três garrafas de cerveja branca

Modo de fazer:

Passar tudo isto na pessoa com bastante concentração e entregar o Ebó dividido – metade do Ebó na encruzilhada e a outra metade na mata no mesmo dia.
Na volta do Ebó, dar um Bori na pessoa.

O bom Yawo faz, o bom Yawo usa!


O Yawo ao chegar ao barracão, o procedimento correto é:
a) Amarrar um pano no peito (mulheres);
b) Ir direto para a cozinha beber um copo de água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas, não falar com ninguém para bater - papo e colocar a fofoca em dia;
c) Tomar seu banho e ir trocar de roupa;
d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo;
e) Tomar a benção a TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), depois pode ir colocar seu tricô em dia.
O Yawo se dormir no Terreiro deve levantar antes do sol nascer ou junto com o
nascer do sol.
O Iaô ao levantar não deve falar com ninguém, deve antes lavar seu rosto e boca, isso é para apagar os vestígios ou traços espirituais que eventualmente
tivesse vindo rondá-lo durante a noite a fim de colher nos seus lábios o mingau das almas numa possível alimentação.
O Iaô não deve falar mal e nem dar ouvidos aos que ensaie uma conversa contra a casa de santo ou seus sacerdotes e sim enaltecer para agradar as forças
de sua fonte.
O Yawô não deve ocultar coisas que venha trazer prejuízo para a casa de Santo, deve expor o fato em tom normal sem demonstração de disse-me-disse.
O Yawo não de ouvir maldade e sim enaltecer sua casa.
O Yawo não deve fumar na frente de Seu Zelador, e dos mas velhos que visite sua casa.
O Yawo nunca fica de pé em frente ao Pai de Santo e sim agachado, com a cabeça baixa.
O Yawo nunca interrompe o Zelador quando estiver conversando com alguém.
Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Ai então disser AGO (Licença) e esperar ele dizer AGO IA. E de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa.
O Yawo não deve se portar de maneira desairosa no terreiro, por que do seu comportamento decorre a divulgação e o bom nome da casa.
O Yawo não deve falar mal da casa de santo (nem sua nem dos outros) e nem de seus componentes, isso provocaria a irá do ORIXA e trás a certeza de um pagamento futuro, a EXU a EGUN e as forças da natureza.
O Yawo não deve passar pelo seu pai de santo com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente.
O yawo só pode sentar em Apoti (Banquinho) mediante a autorização do seu Zelador. (Somente raspados podem sentar em apoti)
O Yawo não deve deixar dormir roupa em corda (pois Eguns a noite faz dela sua morada)
O Yawo não deve sentar em soleira de porta.
O Yawo não deve passar embaixo de corda que tenha roupa intima, roupa de baixo, mesmo que estas sejam suas.
Yawo não passa embaixo de escada.
O Yawo não deve pegar sou de Meio-dia, mesmo com cabeça coberta.
O Yawo não deve varrer a casa dos fundos para frente e sim da frente para os fundos.
O Yawo não deve verter (Urinar) ou defecar, em rios, lagos, dentro de de água, poço ou cachoeira (locais Sagrados).
O Yawo não deve defecar em mato, em cima de plantas votivas.
O yawo não deve cuspir em água de espécie alguma.
O Yawo deve esta com seu contra-egum toda vez que for ao barracão.
O Yawo deve sempre esta com O Ojá ( pano de cabeça) em sua cabeça.
O Yawo não deve entrar em cemitério, só em casos muito especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. E somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não deve entrar em Igreja, hospital, matadouro, etc, só em casos especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. Somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não deve ir a praia (Banho de Mar ± areia, calçada, beira de praia, beira de mar, casa de praia), sem ter suas obrigações em dia. E somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não carrega embrulho na cabeça.
O Yawo não deve ser descortês, nem mesmo entre os irmãos do terreiro e com visitantes, e sim bastante paciente e educado.
O yawo não deve impor seus desejos, nem mesmo entre os irmão de barco, seus desejos ou vontades serão discutidos.
O yawo não deve faltar com educação e cortesia para com todos aqueles que nos batem a porta, seja ele conhecido ou não.
O Yawo não deve tornar publico as coisas que delas participarem em caráter de segredo na casa de santo.
O Yawo não deve menosprezar os outros e nem se colocar em falso pedestal de auto suficiente, e sim ser humilde.
O YAWO nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu pai de santo.
Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali.
Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança? Mesmo que o dono da casa chame , cabe a voce recusar
Yawo e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de
plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede,
ogan e zelador…


Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha e lave, Não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós  descansamos.

Como dissemos no item anterior, não temos uma empregada para limpar tudo.
Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando,  esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você  não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido.


Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda  mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do
conhecimento de todos, o pai de santo não tem obrigação de alimentar todo  mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na
cabeça do pai de santo.

Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o  serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e
confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com  ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe  uma variável do APOTI, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se  espichar e até relaxar seus ossos.  
Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma  refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus convidados? Acreditamos
que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se  servir, pra só depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra é  etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é? Lembre-se: Estão  sempre observando você...

As emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal  comprar um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro
dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestado. Não é maravilhoso? Todos na casa contentes e
felizes com suas devidas roupas.

Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muitos bem os clientes que vão para jogar ou se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não matam ninguém. Que tal tentar?

E vai rolar a festa! O povo do kétu, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou avisar e convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do
povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o Mercadão de Madureira tão pouco irá dar os bichos e todo o
material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem?

Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Electro, a CEG e a Sabesp irão fornecer água, luz e gás de graça? É claro que não. Portanto,
contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no barracão.

O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro José para dar palpites no barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a Terra era coisa da novela Mexicana.

Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão.

Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos e não tão pouco paquerando.. Se você quer
fuxicar, vá para um botequim.

Anágua encardida, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas como a neve, salve anágua de ráfia
ou entretela.

Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e moderna do lado de fora do barracão.
Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.

Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão? Então, peça para ele guardar
uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.

Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro.
Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu.

Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da
verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Não é errado, é diferente de sua casa. Além do mais,
comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando?

Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.
Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes  de envolver o pai de santo e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras  de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além  do mais, a próxima vítima pode ser você.

  

Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top's devem ser usados somente pra ir ao baile funk.

Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. Sempre que for servir algum mais
velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir.

Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não a ela própria. Portanto,
todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa.


Quando você estiver em uma roda de pessoas dentro da sua casa de santo ou de outro barracão qualquer, abaixe o seu ori e peça a benção até o periquito que
estiver chegando, você não sabe quem é ele e ele pode ser bem mais velho que você, um tio de santo ou qualquer outro ebomi, é preferível você pedir a benção a alguém mais novo do que errar passando por cima dos mais velhos.

Lembre -se que para nosso Zelador (a) seremos sempre IAO.(Como para nossa Mãe carnal, seremos sempre crianças).

Quem é Olodumare



                                         

                   Erradamente,poucos sacerdotes falam de Olòdùmarè, talvez por não ter o conhecimento sobre ele pois, não existe nenhum altar, nenhum assentamento dedicado a ele pois, crê-se que ele não precise de um pois está em tudo e não tem elementos próprios para ele pois ele é esses elementos(Onipresença) e nenhum filho ou filha lhe é consagrado pois não suportaria de forma alguma a sua força..

                  A religião é parte essencial da cultura dos povos africanos, e acreditam que Olòdùmarè seja o ser supremo, é o ObáOrum, rei do céu.

           É ele acima de tudo; onipresente, ele é Olorun Alagbara, o Deus Poderoso; Olòdùmarè .


                Diz a mitologia yorubá que Olòdùmarè, junto com a criação do céu e da terra, trouxe para a existência as outras divindades Orixás, para o ajudar a administrar a sua criação, e a importância de cada divindade depende da posição dentro do panteão yorubá. Olòdùmarè é o Deus Supremo dos yorubás, merecedor de grande reverência, o seu status de supremacia é absoluto.

                Ele é Onipotente – tão omnipotente que para Olòdùmarè nada é impossível, ele é o rei cujos trabalhos são feitos para perfeição.

                Ele é imortal – Olòdùmarè nunca morre, os iorubás creem que seja inimaginável para Elemi (o dono da vida) morrer.

                Ele é Onisciente – Olòdùmarè sabe tudo, não existe nada que se possa esconder dele; ele é sábio, tudo está ao seu alcance.

               Alguns estudiosos afirmam que a religião yorubá, é a religião monoteísta mais antiga da humanidade.

              A religião tradicional yorubá envolve adoração e respeito a Olòdùmarè, o criador, dos Orixás e dos antepassados, e cultuam 401 deidades; a maior parte desses Orixás são figuras antropomorfas, que também são associadas com características naturais.   As pessoas rezam e fazem sacrifícios, de acordo com suas necessidades e situação.

              Cada divindade tem as suas regras, ritos e sacrifícios próprios. Os iorubás rezam para os Orixás para intervenção divina em suas vidas.


               Olòdùmarè é o Deus supremo dos iorubás e consequentemente das religiões de matrizes africanas, ele é o criador, é invocado em bênçãos e em certas obrigações, mas nenhum santuário existe para ele, nenhum sacerdócio organizado.

            Os iorubás, também, creem que os antepassados interferem diariamente nos eventos da terra. Em algumas cidades são feitos festivais anuais, onde cada Egungum dança, e é festejado. Como já vimos os iorubás, são um povo com uma cultura muito rica. Eles superaram muitos obstáculos para alcançar o ponto em que estão hoje. A sua cultura e história podem ser vistas ao longo do mundo, especialmente as convicções religiosas, em outras palavras, os iorubás são dos mais influentes povos do mundo.

           Outra explicação que se faz a respeito do aparecimento das divindades seria que Oxalá ou Obatalá, orixá da criação instalou o seu reino em Ifé, lugar sagrado dos iorubás.
            Fala-se que Obatalá tinha um irmão mais jovem chamado Oduduwa, que ambicionava executar as tarefas que Olòdùmarè confiou a Obatalá e, para tanto, fez um ebó, contando com a colaboração de Esu (Exu), e armou uma cilada, provocando muita sede em Obatalá, que se encontrava bastante cansado da viagem.
             Ao se aproximar de uma palmeira de dendê, usando seu cajado, furou a palmeira e bebeu o emu ( vinho de palma) que jorrava.
            Exausto da longa caminhada do Orum ao aiê bebeu em excesso embriagando-se rapidamente, e ali mesmo deitou e adormeceu. Oduduwa que vinha a espreita na retaguarda, Roubou o saco da criação e passou à sua frente tornou-se fundador dos povos iorubás.





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Ebó Para Progredir na Vida




                      Ebó para sorte e progresso.

                     Este ebó é  Para uma pessoa progredir na vida, se você está bem fique sabendo que pode ficar ainda melhor.

                    O trabalho é fácil sendo você do Candomblé ou Umbanda.

                    Vamos ao trabalho:

 para prosperar nos seus caminhos.

                   Cozinha-se sete bananas da terra, retira-se as cascas e amassa-se bem com um garfo.
                  À banana amassada adiciona-se mel e um pouquinho de azeite de dendê.
                 Mistura-se bem, sempre amassando e mexendo com um garfo.

                 Coloca-se  essa massa dentro de um alguidar, arruma-se por cima sete fatias de pão e cobre-se com pipocas feitas na areia.

                 Tempera-se com azeite de dendê e vinho tinto.

                 Deixa-se nos pés do Orixá  Ogum de um dia para o outro e despachase no mato no pé de uma árvore frondosa.

                  Só relembrando que as pessoas devem falar na hora do trabalho o que querem receber do orixá.
             
                  Exemplo (Ogum eu quero progredir, me  dê saúde, sorte, prosperidade, proteção, caminhos abertos, etc…)

                  Peça Antes, durante e depois, pois quando você está no preparo do Ebó suas mensagens e seus pensamentos (seus desejos) irão penetrar na Oferenda, então fica ai a dica do Autor Ebomi.